O sítio é um grande quarteirão privilegiado na relação física, cultural e histórica, com a cidade. No interior reserva o seu maior valor, o Jardim Botânico - um cenário bucólico, íntimo, de contemplação natural, que a proposta procura acentuar.
Na zona do Parque Mayer, no prolongamento físico e visual do jardim, propõe-se uma cobertura leve que emite luz diáfana, à semelhança de um véu suspenso. Esta cobertura materializa-se numa membrana pênsil que encerra ar para permitir de uma forma natural regular a temperatura do espaço.
É onde se localiza o “Palco das Artes”, um fórum de produção criativa, amplo e livre, com pequenos anfiteatros dedicados a performances ao ar livre, eventos site-specific, e concertos; também um espaço de encontro, de estar e de passeio.
O programa contempla, também, um Centro de Arte Contemporânea, ligado ao Museu de História Natural e Ciência, que assinala a “ponte” entre a ciência e a arte; é um local de referência das feiras de arte, de moda, e do design, que se pretende trazer para aqui.

 

 

O quarteirão é, ainda, dotado de um jardim periférico interior, um passeio público verde, com quiosques, cafés, bares, com esplanadas, pequenas lojas de música, moda, entre outras actividades. Este passeio funciona como uma “cinta”, ocupando o “vazio”, degradado e descaracterizado, que medeia o Jardim Botânico e os edifícios envolventes, e resolve as ligações interiores no quarteirão.
Para resolver a mobilidade pedonal no quarteirão pensou-se na implantação cirúrgica de elevadores panorâmicos, ligados entre si por passadiços, para fazer as transições acentuadas da topografia do local e funcionando, também, como miradouros, abertos à paisagem.
Assim, a proposta urbana associa a arte, a paisagem e a arquitectura, como as forças motrizes para a revitalizar e renovar esta área nobre e criar uma nova centralidade em Lisboa.

 

Cliente: Câmara Municipal de Lisboa
Localidade: Quarteirão do Parque Mayer, Lisboa
Área de Intervenção: 14 ha
Data: 2008