O sítio da nova Biblioteca Municipal de Setúbal é uma praça na zona ribeirinha da cidade de Setúbal, antigo lugar de embarcações, que adquiriu a forma de terreiro público no século XIX.

A biblioteca delimita a praça a sul; para o seu interior salientam-se reentrâncias e recortes, num jogo de avanços e recuos, balanços e suspensões. Em detalhe, para responder ao programa, estes volumes são talhados, recortados, cavados e furados, para deixar entrar a luz na biblioteca.

Desta variação misturam-se ambientes diferentes associados a entradas de luz pelos lanternins nas coberturas, e qualidades espaciais variadas: varandas para a praça, pátios interiores e aberturas nas lajes, que concorrem num jogo de transparências visuais e continuidades espaciais entre os pisos.

 

 

O edifício da biblioteca é composto de volumes prismáticos justapostos que se reportam aos armazéns portuários do início do século passado. Esta aproximação contextual recria a arquitectura vernacular industrial por uma via abstractizante, ou seja, reinterpretando as propriedades seriais e sistémicas destes espaços.

Neste sentido, o edifício é um contentor de planta livre - modelo de organização flexível capaz de acomodar alternâncias, modificações, variações e sobreposições funcionais - , e o seu imaginário sustém o fluxo acelerado do tempo na cidade contemporânea.

 

Cliente: Câmara Municipal de Setúbal
Localidade: Setúbal
Área de Construção: 3000 m2
Data: 2013