As escolas começaram com um homem debaixo de uma árvore que não sabia que era professor, partilhando as suas ideias com outros homens, que não sabiam que eram alunos. Louis Kahn
O local é a zona sul do Parque das Nações, um quarteirão vago desde a reconversão industrial desta área, escavado e circunscrito por contrafortes e muros pesados de betão.
O edifício é governado por uma ordem clara com três partes: a parte que o “agarra” à terra, definida pelas paredes de fiadas de tijolos à vista, em que apoia a parte dos dois pisos acima envoltos no perímetro por duas palas de betão à vista, e a parte limite superior que “toca” o céu.
O seu carácter reside na percepção de massa e de robustez, em particular, pela manifestação de peso e exposição nua dos materiais.
No interior ressaltam as cores com tons vibrantes aplicadas com rigor, que codificam e descrevem o layout interno da escola por função, e conferem vitalidade a uma configuração espacial lógica, embora comum.
A expressividade ornamental estende-se aos detalhes dos tijolos, do betão, da cor dos materiais e das superfícies, de uma forma verdadeira, sem nenhum simbolismo. O que se adiciona é indistinto da sua constituição; o fito é que a sedução da matéria ressoe na percepção do objecto arquitectónico e, ao mesmo tempo, asseverar provas do trabalho humano investidos na construção da escola.
Cliente: Parque Escolar
Localização: Parque das Nações, Lisboa
Data: 2017 - 2021
Área de Construção: 3900m2
Fotografia: Francisco Nogueira